sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Link: Tecnologia na Educação- Grazielle Aparecida

Compartilho um pouco da identidade do professor Jose Manuel Moran Costas e em seguida o link de sua página virtual para que todos (as) que quiserem fazer outras leituras sobre tecnologia na educação, educação, educação à distância, entre outras.

Possui graduação em Filosofia pela Faculdade Nossa Senhora Medianeira (1971), mestrado (1982) e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1987). Atualmente é Diretor do Centro de Educação a Distância da Universidade Anhanguera Uniderp. É professor de Comunicação na Universidade de São Paulo (aposentado). Tem experiência na área de Comunicação e Educação, com ênfase em inovações na educação presencial e a distância, com apoio das tecnologias.



Os novos espaços de atuação do educador com as tecnologias - sugestão de leitura/ Grazielle Aparecida


Olá colegas,
Como estamos abordando diversas temáticas sobre educação e as tecnologias.
Compartilho o texto do Moran “Os novos espaços de atuação do educador com as tecnologias”.
Gosto muito deste autor, ele sempre traz contribuições importantes para o dia a dia da sala de aula.
Espero que gostem!
Grazi

Os novos espaços de atuação do educador com as tecnologias

 Especialista em mudanças na educação presencial e a distância
Autor do livro: A educação que desejamos novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2007.
Texto publicado nos anais do 12º Endipe – Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, in ROMANOWSKI, Joana Paulin et al (Orgs).Conhecimento local e conhecimento universal: Diversidade, mídias e tecnologias na educação. vol 2, Curitiba, Champagnat, 2004, páginas 245-253 - jmmoran@usp.br
Resumo
 A Internet e as novas tecnologias estão trazendo novos desafios pedagógicos para as universidades e escolas. Os professores, em qualquer curso presencial, precisam aprender a gerenciar vários espaços e a integrá-los de forma aberta, equilibrada e inovadora. O primeiro espaço é o de uma nova sala de aula melhor equipada e com atividades diferentes. Em alguns momentos o professor leva seus alunos ao laboratório conectado à Internet para desenvolver atividades de pesquisa e de domínio das tecnologias (segundo espaço). Estas atividades se ampliam a distância, nosambientes virtuais de aprendizagem conectados à Internet, o que permite diminuir o número de aulas e continuar aprendendo juntos a distância (terceiro espaço). Os cursos precisam prever espaços e tempos de contato com a realidade, de experimentação e de inserção em ambientes profissionais e informais em todas as matérias e ao longo de todos os anos (quarto espaço). Uma das tarefas mais importantes das universidades, escolas e secretarias de educação hoje é planejar e flexibilizar, no currículo de cada curso, o tempo de presença física em sala de aula e o tempo de aprendizagem virtual e como integrar de forma criativa e inovadora esses espaços e tempos.
 Palavras-chave: Novas tecnologias, educação, ensino superior, didática

Introdução

Uma das reclamações generalizadas de escolas e universidades é de que os alunos não aguentam mais nossa forma de dar aula. Os alunos reclamam do tédio de ficar ouvindo um professor falando na frente por horas, da rigidez dos horários, da distância entre o conteúdo das aulas e a vida.
Colocamos tecnologias na universidade e nas escolas, mas, em geral, para continuar fazendo o de sempre – o professor falando e o aluno ouvindo – com um verniz de modernidade. As tecnologias são utilizadas mais para ilustrar o conteúdo do professor do que para criar novos desafios didáticos.
O cinema, o rádio, a televisão trouxeram desafios, novos conteúdos, histórias, linguagens. Esperavam-se muitas mudanças na educação, mas as mídias sempre foram incorporadas marginalmente. A aula continuou predominantemente oral e escrita, com pitadas de audiovisual, como ilustração. Alguns professores utilizavam vídeos, filmes, em geral como ilustração do conteúdo, como complemento. Eles não modificavam substancialmente o ensinar e o aprender, davam um verniz de novidade, de mudança, mas era mais na embalagem.
O computador trouxe uma série de novidades, de fazer mais rápido, mais fácil. Mas durante anos continuo sendo utilizado mais como uma ferramenta de apoio ao professor e ao aluno. As atividades principais ainda estavam focadas na fala do professor e na relação com os textos escritos.
Hoje, com a Internet e a fantástica evolução tecnológica, podemos aprender de muitas formas, em lugares diferentes, de formas diferentes. A sociedade como um todo é um espaço privilegiado de aprendizagem. Mas ainda é a escola a organizadora e certificadora principal do processo de ensino-aprendizagem.
Ensinar e aprender estão sendo desafiados como nunca antes. Há informações demais, múltiplas fontes, visões diferentes de mundo. Educar hoje é mais complexo porque a sociedade também é mais complexa e também o são as competências necessárias. As tecnologias começam a estar um pouco mais ao alcance do estudante e do professor. Precisamos repensar todo o processo, reaprender a ensinar, a estar com os alunos, a orientar atividades, a definir o que vale a pena fazer para aprender, juntos ou separados.
Com a Internet e outras tecnologias surgem novas possibilidades de organização das aulas dentro e fora da Universidade. Podemos ter uma parte das aulas de forma virtual ou frequentar cursos a distância. Como uma universidade e seus professores podem se organizar para  estas mudanças inevitáveis, da forma mais adequada, equilibrada e coerente? Por onde começar e continuar?

A ampliação dos espaços de ensino-aprendizagem

 A sala de aula é o espaço privilegiado quando pensamos em escola, em aprendizagem. Esta nos remete a um professor na nossa frente, a muitos alunos sentados em cadeiras olhando para o professor, uma mesa, um quadro negro e, às vezes, um vídeo ou computador.
Com a Internet e as redes de comunicação em tempo real, surgem novos espaços importantes para o processo de ensino-aprendizagem, que modificam e ampliam o que fazíamos na sala de aula.
Abrem-se novos campos na educação on-line, através da Internet, principalmente na educação a distância.  Mas também na educação presencial a chegada da Internet está trazendo novos desafios para a sala de aula, tanto tecnológicos como pedagógicos.
O professor, em qualquer curso presencial, precisa hoje aprender a gerenciar vários espaços e a integrá-los de forma aberta, equilibrada e inovadora. O primeiro espaço é o de uma nova sala de aula equipada e com atividades diferentes, que se integra com a ida ao laboratório para desenvolver atividades de pesquisa e de domínio técnico-pedagógico. Estas atividades se ampliam e complementam a distância, nos ambientes virtuais de aprendizagem e se complementam com espaços e tempos de experimentação, de conhecimento da realidade, de inserção em ambientes profissionais e informais.
Antes o professor só se preocupava com o aluno em sala de aula. Agora, continua com o aluno no laboratório (organizando a pesquisa), na Internet (atividades a distância) e no acompanhamento das práticas, dos projetos, das experiências que ligam o aluno à realidade, à sua profissão (ponto entre a teoria e a prática).
Antes o professor se restringia ao espaço da sala de aula. Agora precisa aprender a gerenciar também atividades a distância, visitas técnicas, orientação de projetos e tudo isso fazendo parte da carga horária da sua disciplina, estando visível na grade curricular, flexibilizando o tempo de estada em aula e incrementando outros espaços e tempos de aprendizagem.
Educar com qualidade implica em ter acesso e competência para organizar e gerenciar as atividades didáticas em, pelo menos, quatro espaços:

1. Uma nova sala de aula

A sala de aula será, cada vez mais, um ponto de partida e de chegada, um espaço importante, mas que se combina com outros espaços para ampliar as possibilidades de atividades de aprendizagem.
O que deve ter uma sala de aula para uma educação de qualidade?
Precisa fundamentalmente de professores bem preparados, motivados, e bem remunerados e com formação pedagógica atualizada. Isso é incontestável.
Precisa também de salas confortáveis, com boa acústica e tecnologias, das simples até as sofisticadas. Uma sala de aula hoje precisa ter acesso fácil ao vídeo, DVD e, no mínimo, um ponto de Internet, para acesso a sites em tempo real pelo professor ou pelos alunos, quando necessário.
Um computador em sala com projetor multimídia são recursos necessários, embora ainda caros, para oferecer condições dignas de pesquisa e apresentação de trabalhos a professores e alunos. São poucos os cursos até agora bem equipados, mas, se queremos educação de qualidade, uma boa infra-estrutura torna-se cada vez mais necessária. 
Um projetor multimídia com acesso a Internet permite que o professores e alunos mostrem simulações virtuais, vídeos, jogos, materiais em CD, DVD, páginas WEB ao vivo. Serve como apoio ao professor, mas também para a visualização de trabalhos dos alunos, de pesquisas, de atividades realizadas no ambiente virtual de aprendizagem (um fórum previamente realizado, por exemplo). Podem ser mostrados jornais on-line, com notícias relacionadas com o assunto que está sendo tratado em classe. Os alunos podem contribuir com suas próprias pesquisas on-line. Há um campo de possibilidades didáticas até agora pouco desenvolvidas, mesmo nas salas que detêm esses equipamentos.
Essa infra-estrutura deve estar a serviço de mudanças na postura do professor, passando de ser uma “babá”, de dar tudo pronto, mastigado, para ajudá-lo, de um lado, na organização do caos informativo, na gestão das contradições dos valores e visões de mundo, enquanto, do outro lado, o professor provoca o aluno, o “desorganiza”, o desinstala, o estimula a mudanças, a não permanecer acomodado na primeira síntese.
Do ponto de vista metodológico o professor precisa aprender a equilibrar processos de organização e de “provocação” na sala de aula. Uma das dimensões fundamentais do educar é ajudar a encontrar uma lógica dentro do caos de informações que temos, organizar numa síntese coerente (mesmo que momentânea) das informações dentro de uma área de conhecimento. Compreender é organizar, sistematizar, comparar, avaliar, contextualizar. Uma segunda dimensão pedagógica procura questionar essa compreensão, criar uma tensão para superá-la, para modificá-la, para avançar para novas sínteses, novos momentos e formas de compreensão. Para isso o professor precisa questionar, tensionar, provocar o nível da compreensão existente.
Predomina a organização no planejamento didático quando o professor trabalha com esquemas, aulas expositivas, apostilas, avaliação tradicional. O professor que dá tudo mastigado para o aluno, de um lado facilita a compreensão; mas, por outro, transfere para o aluno, como um pacote pronto, o nível de conhecimento de mundo que ele tem.
Predomina a “desorganização” no planejamento didático quando o professor trabalha encima de experiências, projetos, novos olhares de terceiros: artistas, escritores...
Em qualquer área de conhecimento podemos transitar entre a organização da aprendizagem e a busca de novos desafios, sínteses. Há atividades que facilitam a organização e outras a superação. O relato de experiências diferentes das do grupo, uma entrevista polêmica podem desencadear novas questões, expectativas, desejos. Mas também há relatos de experiências ou entrevistas que servem para confirmar nossas idéias, nossas sínteses, para reforçar o que já conhecemos.
Por exemplo, na utilização do vídeo na escola, vejo dois momentos ou focos que podem alternar-se e combinar-se equilibradamente:
1)     Quando o vídeo provoca, sacode, provoca inquietação e  serve como abertura para um tema, como uma sacudida para a nossa inércia. Ele age como tensionador, na busca de novos posicionamentos, olhares, sentimentos, idéias e valores. O contato de professores e alunos com bons filmes, poesias, contos, romances, histórias, pinturas alimenta o questionamento de pontos de vista formados, abre novas perspectivas de interpretação, de olhar, de perceber, sentir e de avaliar com mais profundidade.
2)    Quando o vídeo serve para confirmar uma teoria, uma síntese, um olhar específico com o qual já estamos trabalhando. É o vídeo que ilustra, amplia, exemplifica.

O vídeo e as outras tecnologias tanto podem ser utilizados para organizar como para desorganizar o conhecimento. Depende de como e quando os utilizamos.

Educar um processo dialético, quando bem realizado, mas que, em muitas situações concretas, se vê diluído pelo peso da organização, da massificação, da burocratização, da “rotinização”, que freia o impulso questionador, superador, inovador.


Um dia todas as salas de aula estarão conectadas às redes de comunicação instantânea. Como isso ainda está distante, é importante que cada professor programe em uma de suas primeiras aulas uma visita com os alunos ao “laboratório de informática”, a uma sala de aula com micros suficientes conectados à Internet. Nessa aula (uma ou duas) o professor pode orientá-los a fazer pesquisa na Internet, a encontrar os materiais mais significativos para a área de conhecimento que ele vai trabalhar com os alunos; a que aprendam a distinguir informações relevantes de informações sem referência. Ensinar a pesquisar na WEB ajuda muito aos alunos na realização de atividades virtuais depois, a sentir-se seguros na pesquisa individual e grupal.
 Uma outra atividade importante nesse momento é a capacitação para o uso das tecnologias necessárias para acompanhar o curso em seus momentos virtuais: conhecer a plataforma virtual, as ferramentas, como se coloca material, como se enviam atividades, como se participa num fórum, num chat, tirar dúvidas técnicas. Esse contato com o laboratório é fundamental porque há alunos pouco familiarizados com essas novas tecnologias e para que todos tenham uma informação comum sobre as ferramentas, sobre como pesquisar e sobre os materiais virtuais do curso.
Tudo isto pressupõe que os professores foram capacitados antes para fazer esse trabalho didático com os alunos no laboratório e nos ambientes virtuais de aprendizagem (o que muitas vezes não acontece).

Quando temos um curso parcialmente presencial podemos organizar os encontros ao vivo como pontuadores de momentos marcantes. Primeiro, nos encontramos fisicamente para facilitar o conhecimento mútuo de professores e alunos. Ao vivo é muito mais fácil que a distância e confiamos mais rapidamente ao estar ao lado da pessoa como um todo, ao vê-la, ouvi-la, senti-la. Depois, é mais fácil explicar e organizar o processo de aprendizagem, esclarecer, tirar dúvidas, organizar grupos, discutir propostas. É muito mais fácil também aprender a utilizar os ambientes tecnológicos da educação on-line. Podemos ir a um laboratório e nivelar os alunos, os que sabem se sentam junto com os que sabem menos e todos aprendem juntos. No presencial também é mais fácil motivar os alunos, atender às demandas específicas, fazer os ajustes necessários no programa.
O foco do curso deve ser o desenvolvimento de pesquisa, fazer do aluno um parceiro-pesquisador. Pesquisar de todas as formas, utilizando todas as mídias, todas as fontes, todas as formas de interação. Pesquisar às vezes todos juntos, outras em pequenos grupos, outras individualmente. Pesquisar às vezes na escola; outras, em outros espaços e tempos. Combinar pesquisa presencial e virtual. Comunicar os resultados da pesquisa para todos e para o professor. Relacionar os resultados, compará-los, contextualizá-los, aprofundá-los, sintetizá-los.
Mais tarde, depois de uma primeira etapa de aprendizagem on-line, a volta ao presencial adquire uma outra dimensão. É um reencontro tanto intelectual como afetivo. Já nos conhecemos, mas fortalecemos esses vínculos; trocamos experiências, vivências, pesquisas. Aprendemos juntos, tiramos dúvidas coletivas, avaliamos o processo virtual. Fazemos novos ajustes. Explicamos o que acontecerá na próxima etapa e motivamos os alunos para que continuem pesquisando, se encontrando virtualmente, contribuindo.
Os próximos encontros presenciais já devem trazer maiores contribuições dos alunos, dos resultados de pesquisas, de projetos, de solução de problemas, entre outras formas de avaliação.

 

3. A utilização de ambientes virtuais de aprendizagem

Os alunos já se conhecem, já tem as informações básicas de como pesquisar e de como utilizar os ambientes virtuais de aprendizagem. Agora já podem iniciar a parte a distância do curso, combinando momentos em sala de aula com atividades de pesquisa, comunicação e produção a distância, individuais, em pequenos grupos e todos juntos.
O professor precisa hoje adquirir a competência da gestão dos tempos a distância combinado com o presencial. O que vale a pena fazer pela Internet que ajuda a melhorar a aprendizagem, que mantém a motivação, que traz novas experiências para a classe, que enriquece o repertório do grupo.
Os ambientes virtuais aqui complementam o que fazemos em sala de aula. O professor e os alunos são “liberados” de algumas aulas presenciais e precisam aprender a gerenciar classes virtuais, a organizar atividades que se encaixem em cada momento do processo e que dialoguem e complementem o que estamos fazendo na sala de aula e no laboratório. Começamos algumas atividades na sala de aula: informações básicas de um tema, organização de grupos, explicitar os objetivos da pesquisa, tirar as dúvidas iniciais. Depois vamos para a Internet e orientamos e acompanhamos as pesquisas que os alunos realizam individualmente ou em pequenos grupos. Pedimos que os alunos coloquem os resultados em uma página, um portfólio ou que nos as enviem virtualmente, dependendo da orientação dada. Colocamos um tema relevante para discussão no fórum ou numa lista e procuramos acompanhá-la sem sermos centralizadores nem omissos. Os alunos se posicionam primeiro e, depois, fazemos alguns comentários mais gerais, incentivamos, reorientamos algum tema que pareça prioritário, fazemos sínteses provisórias do andamento das discussões ou pedimos que alguns alunos o façam.
Podemos convidar um colega, um pesquisador ou um especialista para um debate com os alunos num chat, realizando uma entrevista a distância, atuando como mediadores. Os alunos gostam de participar deste tipo de atividade.
Nós mesmos, professores, podemos marcar alguns tempos de atendimento semanais, se o acharmos conveniente, para tirar dúvidas on-line, para atender grupos, acompanhar o que está sendo feito pelos alunos. Sempre que possível incentivaremos os alunos a que criem seu portfólio, seu espaço virtual de aprendizagem próprio e que disponibilizem o acesso aos colegas, como forma de aprender colaborativamente.
Dependendo do número de horas virtuais, a integração com o presencial é mais fácil, Um tópico discutido no fórum pode ser aprofundado na volta à sala de aula, tornando mais claros os pontos de divergência que havia no virtual.
Creio que há três campos importantes para as atividades virtuais: o da pesquisa, o da comunicação e o da produção. Pesquisa individual de temas, experiências, projetos, textos. Comunicação, realizando debates off e on-line sobre esses temas e experiências pesquisados. Produção, divulgando os resultados no formato multimídia, hipertextual, “linkada” e publicando os resultados para os colegas e, eventualmente, para a comunidade externa ao curso.
A Internet favorece a construção colaborativa, o trabalho conjunto entre professores e alunos, próximos física ou virtualmente. Podemos participar de uma pesquisa em tempo real, de um projeto entre vários grupos, de uma investigação sobre um problema de atualidade. O importante é combinar o que podemos fazer melhor em sala de aula: conhecer-nos, motivar-nos, reencontrar-nos, com o que podemos fazer a distância pela lista, fórum ou chat – pesquisar, comunicar-nos e divulgar as produções dos professores e dos alunos.
É fundamental hoje pensar o currículo de cada curso como um todo, e planejar o tempo de presença física em sala de aula e o tempo de aprendizagem virtual. A maior parte das disciplinas pode utilizar parcialmente atividades a distância. Algumas que exigem menos laboratório ou estar juntos fisicamente podem ter uma carga maior de atividades e tempo virtuais. A flexibilização de gestão de tempo, espaços e atividades é necessária, principalmente no ensino superior ainda tão engessado, burocratizado e confinado à monotonia da fala do professor num único espaço que é o da sala de aula.

Os cursos de formação, os de longa duração, como os de graduação, precisam ampliar o conceito de integração de reflexão e ação, teoria e prática, sem confinar essa integração somente ao estágio, no fim do curso. Todo o currículo pode ser pensando em inserir os alunos em ambientes próximos da realidade que ele estuda, para que possam sentir na prática o que aprendem na teoria e trazer experiências, cases, projetos do cotidiano para a sala de aula. Em algumas áreas, como administração, engenharia, parece mais fácil e evidente essa relação, mas é importante que aconteça em todos os cursos e em todas as etapas do processo de aprendizagem, levando em consideração as peculiaridades de cada um.
Se os alunos fazem pontes entre o que aprendem intelectualmente e as situações reais, experimentais, profissionais ligadas aos seus estudos, a aprendizagem será mais significativa, viva, enriquecedora. As universidades e os professores precisam organizar nos seus currículos e cursos atividades integradoras da prática com a teoria, do compreender com o vivenciar, o fazer e o refletir, de forma sistemática, presencial e virtualmente, em todas as áreas e ao longo de todo o curso.

A Internet e as novas tecnologias estão trazendo novos desafios pedagógicos para as universidades e escolas. Os professores, em qualquer curso presencial, precisam aprender a gerenciar vários espaços e a integrá-los de forma aberta, equilibrada e inovadora. O primeiro espaço é o de uma nova sala de aula equipada e com atividades diferentes, que se integra com a ida ao laboratório conectado em rede para desenvolver atividades de pesquisa e de domínio técnico-pedagógico. Estas atividades se ampliam a distância, nos ambientes virtuais de aprendizagem conectados à Internet e se complementam com espaços e tempos de experimentação, de conhecimento da realidade, de inserção em ambientes profissionais e informais.
 É fundamental hoje planejar e flexibilizar, no currículo de cada curso, o tempo e as atividades de presença física em sala de aula e o tempo e as atividades de aprendizagem conectadas, a distância. Só assim avançaremos de verdade e poderemos falar de qualidade na educação e de uma nova didática.

Bibliografia

AZEVÊDO, Wilson. A vanguarda (tecnológica) do atraso (pedagógico): impressões de um educador online a partir do uso de ferramentas de courseware.  Disponível em  <www.aquifolium.com.br/educacional/artigos/vanguarda.html>. Acesso em: 18/01/2004.
BELLONI, Maria Luisa. Educação a distância. Campinas: Autores Associados, 1999.
LITWIN, Edith (org). Educação a distância; temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed, 2000.
LUCENA, Carlos & FUKS, Hugo. A educação na era da Internet. Rio de Janeiro: Clube do Futuro, 2000.  
MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos & BEHRENS, Marilda. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 15a ed. São Paulo: Papirus, 2008.
_____________________. Textos sobre Tecnologias e Comunicação in www.eca.usp.br/prof/moran
PALLOFF, Rena M. & PRATT, Keith. Construindo comunidades de aprendizagem no ciberespaço – Estratégias eficientes para salas de aula on-line. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
PETERS, Otto. Didática do ensino a distância. São Leopoldo, RS: Editora Unisinos, 2001.
SILVA, Marcos (Org.). Educação Online: teorias, práticas, legislação, formação corporativa. São Paulo: Loyola, 2003.

Tópico 2 : O Vídeo na sala de aula - Grazielle Aparecida


          
O contexto educacional brasileiro nas últimas décadas passou por intensas mudanças em sua estrutura organizacional, política, didático – pedagógico, introduzindo novas concepções de ensino – aprendizagem no âmbito escolar.
Em meio à globalização e os avanços tecnológicos que evoluíram velozmente, o ato de “educar” se tornou cada vez mais dinâmico e complexo, exigindo da escola a promoção de uma educação cidadã, crítica, de formação integral do aluno.
No presente cenário educativo não satisfatório somente “transmitir” conhecimento de forma fragmentada e descontextualizada, se faz necessário descobrir novas maneiras de ensinar e de aprender. A escola deve contemplar práticas de responsabilidade social, possibilitando a formação de indivíduos protagonistas da sua própria cultura e participantes do processo de transformação social.
Nesse sentido, Freire argumenta “A educação deve ser como prática da liberdade, ao contrário daquela que é prática da dominação, implica a negação do homem abstrato, isolado, solto, desligado do mundo, assim como também a negação do mundo como realidade ausente dos homens” Freire (1997 apud LIMA, 2010, p. 2).
Nesse movimento de reconfiguração do trabalho docente, é relevante salientar que as tecnologias, através dos inúmeros recursos midiáticos, favorece uma aprendizagem real e significativa.
Diante desse contexto, as tecnologias são só apoio, meios, porém elas proporcionam a realização de atividades mais atraentes, mediadas pela aquisição da linguagem tecnológica, de maneira a estabelecer uma relação produtiva, entre o aprendizado, escolar e o contexto sócio - cultural.
Segundo Perrenoud (2000, p.139), “As novas tecnologias podem reforçar a contribuição dos trabalhos pedagógicos e didáticos contemporâneos, pois permitem que sejam criadas situações de aprendizagens ricas, complexas, diversificadas”.
Com relação especificamente ao uso do vídeo em sala de aula, Moran (1995), destaca que a sua utilização auxilia o professor, atrai os alunos, aproxima as práticas escolares do cotidiano, mas não modifica substancialmente a relação pedagógica.
O autor apresenta em seus estudos alguns equívocos/contradições que muitos docentes e outros profissionais da educação remetem sobre o uso deste recurso em sala de aula:

  • a) Vídeo tapa-buraco: colocar vídeo quando há um problema inesperado, como ausência do professor. Usar este expediente eventualmente pode ser útil, mas, se for feito com frequência, desvaloriza o uso do vídeo e o associa - na cabeça do aluno - a não ter aula;
  • b) Vídeo - enrolação: exibir um vídeo sem muita ligação com a matéria. O aluno percebe que o vídeo é usado como forma de camuflar a aula. Pode concordar na hora, mas discorda do seu mau uso;
  • c) Vídeo - deslumbramento: o professor que acaba de descobrir o uso do vídeo costuma empolgar-se e passar vídeo em todas as aulas, esquecendo outras dinâmicas mais pertinentes. O uso exagerado do vídeo diminui a sua eficácia e empobrece as aulas;
  • d) Vídeo- perfeição: existem professores que questionam todos os vídeos possíveis, porque possuem defeitos de informação ou estéticos. Os vídeos que apresentam conceitos problemáticos podem ser usados para descobri-los junto com os alunos, e questioná-los;
  • e) Só vídeo: não é satisfatório didaticamente exibir o vídeo sem discuti-lo, sem integra- ló com o assunto de aula, sem voltar e mostrar alguns momentos mais importantes.
Moran ainda apresenta propostas de utilização do vídeo de forma mais coerente em sala de aula:
  • a) Começar por vídeos mais simples, mais fáceis e exibir depois vídeos mais complexos e difíceis, tanto do ponto de vista temático quanto técnico;
  • b) Vídeo como sensibilização: um bom vídeo é interessantíssimo para introduzir um novo assunto, para despertar a curiosidade, a motivação para novos temas.
  • c) Vídeo como ilustração: o vídeo muitas vezes ajuda a mostrar o que se fala em aula, a compor cenários desconhecidos dos alunos.
  • d) Vídeo como simulação: o vídeo pode simular experiências de química que seriam perigosas em laboratório ou que exigiriam muito tempo e recursos.
  • e) Vídeo como conteúdo de ensino: vídeo que mostra determinado assunto, de forma direta ou indireta. De forma direta, quando informa sobre um tema específico orientando a sua interpretação. De forma indireta, quando mostra um tema, permitindo abordagens múltiplas, interdisciplinares.
  • f) Vídeo como produção: como documentação, registro de eventos, de aulas, de estudos do meio, de experiências, de entrevistas, de depoimentos.
Nessas considerações, pode – se concluir que o uso do vídeo em sala de aula quando trabalhado de forma apropriada torna-se uma importante ferramenta no processo ensino-aprendizagem, aproximando os saberes da escola e saberes do mundo, visto que contempla a construção e socialização de muitos conhecimentos, além de promover a inserção social dos atores envolvidos, principalmente a inserção social dos discentes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
LIMA, R. P. O vídeo na sala de aula: breve reflexão a partir das contribuições de Mário Kaplún e Paulo Freire. Disponível em: http://www.aic.org.br/metodologia/o-vídeo-na-sala-de-aula.pdf. Acesso em: 10 fev. 2010
LIMA, Artemilson Alves de. O uso do vídeo como um instrumento didático e educativo: um estudo de caso do CEFET-RN. Florianópolis, 140f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de produção) - programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. UFSC, 2001.
PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.
MÓRAN, José Manuel. O vídeo na sala de aula. Comunicação e Educação, São Paulo, (2): 27 a 35, jan./abr. 1995. 

Tópico 4 - Reportagem de cunho ambiental -Janaine Campos


Partindo das orientações do PCN de Ciências Naturais o aluno do ensino fundamental precisa: “perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente”. (BRASIL, p 5.)
O professor que avalia a sua prática pedagógica deve preocupar-se em utilizar situações cotidianas para exemplificar os conteúdos expostos, ou seja, sair do senso comum, porém trazer essas questões científicas para a realidade do aluno. O PCN de Ciências Naturais relata sobre isso:

As teorias científicas, por sua complexidade e alto nível de abstração, não são passíveis de comunicação direta aos alunos de ensino fundamental. São grandes sínteses, distantes das idéias de senso comum. Seu ensino sempre requer adequação e seleção de conteúdos, pois não é mesmo possível ensinar o conjunto de conhecimentos científicos acumulados. (BRASIL, p.26).

Com base nessas orientações e partir da leitura sobre o tema escolhi uma matéria de cunho ambiental que fala sobre o Rio Araguaia. Descreve o percurso do rio, a sua importância para o turismo da nossa região, a riqueza de biodiversidade e  traz uma nova proposta de lei que regulamentará o uso das águas do rio impedindo qualquer tipo de obra ou intervenção que venha a alterar seu curso natural ou suas características ambientais.  A matéria está disponível no seguinte link http://www.brasildasaguas.com.br/sete-rios/noticias/55-esperanca-para-o-rio-araguaia
As três indagações para levar os alunos a refletir de maneira crítica sobre a reportagem Esperança para o rio Araguaia:
* Por que o rio Araguaia necessita de esperança ?
* Qual é objetivo dessa proposta de lei, ela foi aprovada ?
* E o que essa grande biodiversidade do rio Araguaia significa para o meio ambiente e para as pessoas da nossa região ?
Essas questões irão direcionar o debate e as demais atividades propostas.

Janaine Rossane Garcia Campos
Referência:
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais /Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC /SEF, 1998.




Pessoal olha que legal!  Achei um tutorial de como você professor pode fazer sua própria vídeo aula, agora não é mais desculpas rsrsrs aqui ensina o passo a passo. bjs espero ter ajudado. 

Olá pessoal, percebi que muitos professores possuem dificuldades para utilizar a vídeo aula em determinadas disciplinas, mas o que percebi é que podemos trabalhar com todas as disciplinas. Uma das disciplinas que podem fugir do tradicional e ser mais interessante é a de matemática, achei essa vídeo aula bastante interessante, que possibilitará ao professor ensinar de uma forma mais criativa e menos massante. 

Tópico 3 – A TV como ferramenta pedagógica – Rosana

A televisão possibilitando novos olhares no saber – fazer pedagógico” investiga formas de apropriação da televisão como ferramenta pedagógica nas instituições de ensino. O hábito de ver televisão faz parte da cultura atual. Na maioria dos lares brasileiros, estejam eles no ponto mais distante do mapa, a TV está presente entretendo e distraindo as pessoas, e por ser um meio de comunicação tão atraente e popular acaba por interferir no modo de pensar, agir e se relacionar com o mundo.

O uso desta tecnologia promove a aprendizagem de forma crítica e atualizada, já que a grade de programação de todas as emissoras busca tratar de assuntos atuais em seus programas, sejam eles informativos ou de entretenimento.

Nos professores dependemos dos meios tecnológicos de comunicação, em especial a televisão, que pode ser usada como recurso para educar o olhar, motivar os alunos e transformar as aulas em laboratórios do conhecimento humano e assim contribuir para a formação de cidadãos.


Rosana Carvalho da Silva.